segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

MENSAGEM ÀS MÃES QUE NÃO CONSEGUIRAM AMAMENTAR…OU AINDA LUTAM

O leite humano não é produzido apenas nas mamas, mas também na cabeça da mulher, ou seja: há muitos fatores envolvidos em uma amamentação bem-sucedida, (muitos psicológicos - neuropsicológico).
A amamentação não é automática. Ela não é inata ou instintiva nos mamíferos humanos. É instintiva no cachorro, na girafa, no golfinho...
A amamentação não é fácil, se fosse fácil, não precisariam de campanhas, cursos, livros, consultoras especialistas na área...
Por isso que me especializei nessa área e dou cursos para orientar e preparar os casais para a chegada e cuidados com o seu bebê e também atender e acolher a mãe, o pai e o bebê durante o processo da alimentação do bebê até os primeiro ano de vida da criança.
Existem fatores psicológicos que acabam fazendo com que a mulher não consiga amamentar. Eu costumo dizer que o leite não é produzido apenas nas mamas. Ele é produzido na cabeça também. Para haver o reflexo de descida do leite, tem que haver a ativação da ocitocina. A ocitocina é o hormônio da ejeção, do trabalho de parto, e que contrai as células musculares que ejetam o leite. Se a mãe estiver com dor, aflita, com baixa autoestima, sem apoio, disfunção hormonal, não há liberação da ocitocina. Por isso que eu digo que a amamentação é um ato psicossomático complexo. “Não é simples”.
Muitas mulheres sentem dificuldades ao amamentar?
Não é para sentir dor, não é para sangrar, não é para causar fissura, não e para sofrer. Existem orientações de técnicas para ajudar a mãe a conseguir oferecer o leite para o bebê mesmo diante das dificuldades, porém não depende só dela esse esforço, terá que ter garantida a ajuda do pai ou de um familiar. Além de ter que amamentar e cuidar do seu bebê a mãe ainda enfrenta o desafio da recuperação pós-parto na qual está retornando ao estado pré-gravídico, ou seja, está com seu físico e emocional ainda abalados.
Seja qual for à razão, não amamentar pode trazer muita frustração e insegurança às mães bem intencionadas e que sonhavam com essa prática. É um desejo legítimo e inato, quase uma extensão da gravidez, nutrir seu filho do seu próprio corpo. Mas quando isso não for possível, é preciso reconhecer a possibilidade e os avanços que existem à disposição e confiar nos profissionais de saúde que acompanham o desenvolvimento da criança.
A amamentação é algo que não deve ser forçado, pelo familiar e muito menos pelo profissional de saúde e devemos ajudar essa mãe e esse bebê a aprender a amamentar e ser amamentado.  Devemos ouvir essa mulher, ela é a protagonista, ela é que está sentindo a dor, e a gente deve respeitá-la profundamente sem nenhum juízo moral. Nós temos que apoiá-la nessa decisão e respeitar os limites dela. Se a mãe não puder amamentar, recomendamos que ela, quando está dando a mamadeira, abrace muito esse bebê, tenha muito contato pele a pele com seu filho, que o pegue no colo, que o olhe nos olhos durante esse momento, assim como poderá ter a possibilidade de estabelecer uma amamentação mista.
Vale ressaltar que é muito importante a atuação do profissional com especialidade teórica e prática, na fase da amamentação, pois a mãe necessita adquirir conhecimentos sobre os aspectos biológicos, sociais e psicológicos que a norteiam nesta fase tão única.
Portanto mamãe não sinta culpa, esteja o mais presente possível na vida de seu bebê e siga tranquila. Pressão e culpas não ajudam em nada na hora de cuidar de um bebê, ao contrário, trazem ansiedade e tensão, e os pequeninos são muito sensíveis ao estado emocional de suas mamães. Saiba que você está fazendo o melhor que pode da melhor forma possível, procurando inclusive ajuda profissional para aprender esse processo da amamentação e tudo...  

Tudo estará bem.


Por enfermeira  Soninha Silva 

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