segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

OS BEBÊS E SUAS MÃES: COMO CONSTRUIR AS BASES DE UM APEGO SEGURO

Por enfermeira Soninha Silva

Uma etapa importante da relação mãe-filho é a que coincide com a necessidade de sair daquela simbiose que caracteriza os primeiros  tempos quando o recém-nascido percebe  o próprio corpo  como um prolongamento da mãe, e esta ainda considera o bebê como parte de si. A interação dos primeiros tempos física e psicológica exerce um papel fundamental na sobrevivência da criança. Aos poucos, porém, a ligação inicial deve se transformar para dar ao filho a possibilidade de crescer, adquirir competências, segurança e uma identidade separada daquela da mãe.   

Neste processo, um papel importante pode ser desenvolvido pelo pai (ou por outra pessoa  significativa na vida do bebê) triangulando a relação , alargando os horizontes da criança e sustentando –a em sua necessidade de explorar o mundo e de encontrar nele o seu lugar. Também a mãe pode desenvolver esse papel de agente emancipador, nem tanto no plano racional, mas no emotivo que o filho cresça e se separe  dela para se tornar  cada vez mais autônomo, capaz de enfrentar o mundo, de comunicar-se com pessoas diversas e de deixar emergir o self autêntico.

De uma mãe, espera-se flexibilidade. Uma mãe deve aceitar que seu filho seja outro separado de si, que possa ter vontade e desejos diferentes dos seus, que possa cultivar também outros afetos e outras ligações. Para crescer, poder se comunicar e não correr o risco de desenvolver um falso self ( para satisfazer totalmente as expectativas dos outros, na origem as de sua figura primária de apego), o filho deve se diferenciar da mãe. Se forem idênticos, um se reflete no outro, mas filho não chega a reconhecer  os estados emotivos separados daquela com quem está em simbiose. O excesso de proximidade impede a perspectiva. Os sentimentos se fundem e se confundem. O filho se sente seguro, forte e potente somente no espaço primordial, fora dele, é indefeso e pequeno.

Para dar os primeiros passos em direção a uma existência autônoma, a criança deve também ouvir a mãe, ou alguém que esteja fora da relação simbiótica originária, falar de si. Em seguida terá de perceber que a mãe confia nela  e está contente que cresça. Se não conseguir sair do abraço simbiótico, continuará a ser o bebê da mamãe, mesmo na idade adulta.

Terrível é a mãe monopolizadora e superprotetora que se oferece totalmente ao filho e o substitui para poupá-los de qualquer confronto com o mundo por menor que seja. Esse tipo de mãe se elege fortaleza impenetrável, sentinela que vigia todos os desejos de sua criança. Encerra o filho e uma felicidade perfeita e acredita e acredita ser a única pessoa capaz de cuidar dele. Uma criança criada dessa maneira, no entanto, quer sempre mais, torna-se insaciável, e, fechada em uma espécie de circulo narcisista, não tolera a menor frustração, qualquer obstáculo que se interponha  à realização  de seus desejos. Incapaz de enfrentar as dificuldades normais terá crises de choro a menor recusa. Logo será um tirano doméstico e, no lugar das trocas afetivas, aparecerão as lutas de poder.  

 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Estímulos Neurofisiológicos Garantem a Amamentação

 

Ligação Hormonal


Os bebês humanos, assim como os filhotes de outras espécies, acionam neurofisiologicamente sua mãe para ela possa amamentá-los. Dois hormônios estão presentes no processo de amamentação : a prolactina, responsável pela produção do leite, e a ocitocina, pela facilitação da saída do leite das glândulas mamarias.Ambos os hormônios são secretados pela glândula hipófise materna sob o controle do hipotálamo e influenciados por estímulos afetivos e cognitivos  ( emocionais e ambientais) . A sucção estimula tanto a produção láctea (reflexo da descida do leite (ou ocitocina) através dos receptores da hipófise situados no mamilo , que liberam os dois hormônios na corrente sanguínea da mãe . O Olhar e o choro da criança, indicativos de apego primário, são fundamentais para estimular o reflexo da ocitocina, ao passo que o desconforto materno e  emoções como ansiedade, sobrecarga, cansaço , insônia, stress, pressão etc. podem até mesmo inibir esse processo.

Por enfermeira Soninha Silva

@amamentareessencial

(48) 984276730

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Importância do Leite Materno

Palestra V Congresso Catarinense de Amamentação

Doação de leite materno

Maternidade e Amamentação

A maternidade traz consigo responsabilidades e uma realidade muitas vezes desconhecida pelas mulheres. Entre os processos de adaptação está a amamentação. Muitos não sabem, mas o leite materno não é produzido apenas nas mamas, mas também depende do psicológico da mulher, muitos fatores, inclusive neuropsicológicos, podem colaborar para uma amamentação bem-sucedida. Deve haver orientação profissional e muita paciência em todo o processo. Quando não é possível a amamentação, é preciso reconhecer a possibilidade e os avanços que existem e confiar nos profissionais de saúde que acompanham o desenvolvimento da criança. A mulher, como protagonista desse momento deve ser ouvida, respeitada e acolhida, sem julgamentos. As mães que por algum motivo não puderem amamentar, é importante que mantenham bastante contato pele a pele com seu filho, segure no colo, olhe nos olhos durante esse momento, assim como poderá ter a possibilidade de estabelecer uma amamentação mista.

Por enfermeira Soninha Silva

@amamentareessencial

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Educação Domiciliar Durante Pandemia Tem Sido Desafio Para os Pais

Devido à  pandemia 

do novo Coronavírus, as crianças e adolescentes estão em casa com os pais, que precisam se adaptar a uma nova rotina e ao grande desafio de conciliar o trabalho e as tarefas de casa com as atividades escolares dos filhos, o que representa um grande desafio.  As maiorias dos pais trabalham fora de casa e desde o nascimento de seu filho não tem a oportunidade de ficar com ele, terceirizando o processo de educação, e isso faz com que os filhos cresçam sem a presença dos pais. Nos dias atuais, a falta de relação entre pais e filhos, que não sabem como se relacionar e nem sua posição dentro da família, tem se destacado, pois não percebem o quanto sua presença e valores fazem a diferença na educação de uma criança. Os pais devem prestar mais atenção em seus filhos, atender no momento em que ele solicita, sendo eles, observados, ouvidos, amados acompanhados, abraçados, necessitando de disciplina e limites, para que o processo de crescimento não perca os limites, que é a situação atual dessas gerações devido ao distanciamento dos pais. Muitos usam o trabalho, e outros afazeres, como desculpa para eles mesmos compensarem a ausência que está ocorrendo.  As famílias precisam entender que o papel da escola é de parceria e não de terceirização, o papel principal da educação dos filhos pertencem aos pais, à creche-escola desenvolverá um ensino sistemático e o processo cognitivo dessa criança. É comprovado cientificamente que os alunos melhoram muito sua performance escolar quando os pais acompanham sua vida de estudante. A escola tem 30% e os pais 70% de responsabilidade pelo rendimento escolar da criança e do adolescente. O professor tem sua parcela de responsabilidade, mas existem muitos outros fatores que prejudicam o aprendizado, tais como, a evolução da criança em questão de valores, os conflitos familiares, a falta de estrutura e estimulo para os filhos estudarem em casa, pais sem interesse no valor do estudo, pais alcoólatras, miserabilidades, entre outros fatores.  

Nesse momento de pandemia, onde obrigatoriamente está havendo mais proximidades com os filhos, é importante que os pais entrem em comum acordo, e organizem seu tempo e as tarefas que estão sob a responsabilidade do filho, mantendo-os em supervisão, para que assim sejam capazes de cumprir seus compromissos escolares e as tarefas estabelecidas em casa.  Estabelecer a rotina, estipular horário de dormir, acordar, comer, estudar, brincar é uma maneira de ajudá-los a conquistar novas aptidões, criar autonomia de realizarem suas atividades que já possuem capacidade de realizar sozinhos, e a organizar seu tempo. Assim vai ficar claro para as crianças e adolescentes que estudar e participar nas tarefas domésticas não é uma escolha, mas que faz parte da vida de todos.

Por enfermeira Soninha Silva 

@amamentareessencial 

(48) 984276730



terça-feira, 1 de setembro de 2020

DICAS DE AMAMENTAÇÃO por enfermeira Soninha Silva



O aleitamento materno é o modo mais apropriado e seguro de alimentação na primeira infância.

Proporciona uma combinação única de proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas, assim como benefícios nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos reconhecidos e inquestionáveis.  

Mas não é um ato simples. Requer aprendizado e treino. 

Dificuldades na amamentação necessitam de ajuda e soluções imediatas de um profissional de saúde capacitado.  

Uma amamentação de sucesso depende de inúmeros fatores, entre eles, a decisão da mãe de querer amamentar, um peito que produza e libere leite, e um bebê capaz de sugar o seio materno de maneira correta. Se a mãe estiver cansada, insegura, cheias de dúvidas pode não conseguir amamentar. As dificuldades da amamentação, crendices, tabus e mitos podem levar ao desmame precoce.

Frequência e tempo das mamadas: Quanto mais a bebê mama, mais leite a mãe produz. Importante a nutriz se preocupar com sua alimentação e hidratação, para aumentar o volume do leite.   Amamentar em livre demanda. Em média os bebês dão sinais de fome a cada duas horas e meia ou três horas. Pode ser menos, ou às vezes um pouco mais. É importante que a mãe observe se houve esvaziamento da mama e que o bebê realize uma mamada completa num seio materno antes de oferecer o outro, com objetivo de saciar a fome do bebê, necessário para o ganho de peso.

O posicionamento correto da mãe e do bebê: Imprescindível para o sucesso da amamentação.  A posição mais usada é a sentada numa cadeira confortável, onde a mãe deve colocar a cabeça do bebê na curva do seu braço com a boca de frente para a região mamilo-areolar e o corpo do bebê próximo e voltado para a mãe (barriga com barriga).

Para que a pega do bebê no seio materno seja correta: A boca do bebê deve envolver a maior parte possível da aréola e não apenas o mamilo. O bebê deve abrir bem a boca, isso pode ser feito por meio do estímulo do reflexo de busca do bebê ao tocar suavemente o mamilo em sua boca. O queixo do bebê deve encostar na mama e o lábio superior e inferior encontra-se voltado para fora (boca de peixinho).     

O que fazer para evitar e diminuir o desconforto da fissura mamilar? Aprender a técnica da posição e pega correta do bebê no seio materno; iniciar a mamada pela mama menos afetada no caso dos traumas mamilares já instalados; Se for preciso interromper a mamada, não puxar o bebê do peito, introduzir o dedo indicador ou mínimo pela comissura labial da boca do bebê, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser retirada do seio; Evitar o uso de protetores (intermediários) de mamilo que abafam e propiciam a proliferação de fungos (candidíase), se  usar, deve-se trocar com frequência, manter higiene constante da conchinha, utilizados quando há vazamento de leite.

Mamas cheias ou ingurgitadas, o que fazer? No caso de o bebê não conseguir esvaziar totalmente as mamas o primeiro passo depois que o bebê sugar o seio materno ou caso ele não consiga devido a situação, é realizar a ordenha manual ou com a bomba de preferência elétrica de boa qualidade para a extração do leite materno.  

Mamilos invertidos: Os mamilos invertidos não impedem a amamentação. Com ajuda do profissional a mãe obtém ajuda para posicionar e facilitar a pega do bebê no seio materno.


Por enfermeira Soninha Silva

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Dúvidas sobre Amamentação " A Pega Correta " Por enfermeira Soninha Silva


 

Casos Clínicos de Amamentação Por Enfermeira Soninha Silva

 


Problemas do Casal Não São Problemas dos Filhos

Por Enfermeira Soninha Silva


Os papéis mais comuns dentro de uma família são os de casal e as relações de pais e filhos. E apesar de conectados, não devem prejudicar um ao outro. Quando marido e mulher se desentendem, divorciados ou não, o ideal é que suas relações de família não se percam, pois não há motivos para envolver os filhos. É preciso separar os papeis e manter o clima saudável para as crianças, pois merecem respeito e não tem nada a ver com isso. A honestidade é o melhor caminho para a tranquilidade dos filhos.  Se a mãe não concorda com a autorização do pai, não devem expressar essa discordância na frente da criança.  O ideal é que o casal entre em comum acordo, equilibre a decisão para poder dar a resposta.  Os pais são a referência na vida dos filhos na fase infantil. Tanto que para tudo o que fazem, questionam aos pais, ou observam se os pais estão prestando a atenção neles. Os dois precisam ter papeis igualitários para que os filhos sintam firmeza e união de seus responsáveis.

Para que os filhos possam ser felizes, não deve levar problemas que eles não têm competência para resolver, caso envolva as crianças nesses conflitos, a tendência é elas se sentirem culpadas. Mas não precisa deixar de falar diretamente com os filhos, que percebem e sentem o que está acontecendo.  Nessa hora cabe aos pais, saber filtrar até que ponto eles devem participar, sem criar sobrecargas desnecessárias, tendo uma conversa franca e equilibrada sobre qualquer situação. Esse tipo de postura permitirá que as crianças cresçam com mais maturidade e preparo para os desafios da vida.

Porém quando o casal deixa que a emoção fale mais alto, aumenta a dificuldade em manter a harmonia no lar. Caso isso ocorra, é importante lembrar que sempre é possível recomeçar. Seja através de terapias, para o casal, individual e até mesmo para as próprias crianças, evitando assim que seus filhos cheguem à adolescência ou fase adulta sem traumas e com equilíbrio.


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Tratamento com Laser auxilia na amamentação

As feridas nos mamilos são um verdadeiro pesadelo na vida de muitas mães que recém iniciaram o processo do aleitamento materno. Há poucos anos o uso do laser entrou em cena para auxiliar nessa luta, como um tratamento inovador que vai auxiliar a mãe a viver esse momento mágico, sem dor. O tratamento deverá ser realizado por uma profissional especializada com laser de baixa intensidade, ou laserterapia. A aceleração da cicatrização da ferida é um dos principais objetivos da aplicação do laser. Há vários tipos de ferimentos . Cada um deve ser manipulado de uma forma específica por profissional devidamente capacitada. Por isso é importante ter referências sobre a qualificação de quem faz uso desse recurso. Quando avalio que o laser deve ser indicado nos meus atendimentos em consultoria de amamentação , encaminho para a colega enfermeira Neonatal e especialista em laserterapia, Mega capacitada, Solange Camilo a Sol do @solamamentarevida que atualmente coordena o Hospital e Maternidade Ilha na grande Florianópolis para que possa avaliar a real necessidade, e o número de aplicações que permitirão o restabelecimento da amamentação. Sendo assim, a laserterapia entra como coadjuvante nos tratamentos de feridas mamilares por promover a aceleração de cicatrização e controle da dor.
Por enfermeira Soninha Silva 

Maio Branco: Campanha de doação de Leite Humano – Coren/SC - Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina

Maio Branco: Campanha de doação de Leite Humano – Coren/SC - Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina: Maio é o mês das mães e também o mês de destaque para o incentivo a Doação de Leite Humano. O reforço na ações é garantido inclusive por lei. A Lei nº 0237.9-2019 institui em Santa Catarina o mês “Maio Branco”, que visa incentivar mulheres que amamentam a

quinta-feira, 14 de maio de 2020

DESMAME



Durante os primeiros 6 meses de vida do bebê  convém dar só peito. E durante os próximos 6 meses seguintes ( ou mais,  se a mãe quiser ) peito mais outros alimentos. A amamentação é um rico processo de entrosamento entre duas pessoas, uma que amamenta e a outra que é amamentada, reflete em geral a harmonia ou desarmonia na relação entre a mãe e o bebê. É uma situação rica em sensações tanto para a mãe quanto para o bebê. Depois do corte do cordão umbilical, o desmame é a primeira separação significativa entre mãe e filho.  Algumas mães podem se sentirem tristes, abaladas e culpadas. O luto é mais sentido em nutrizes que vêem a amamentação como um vincula forte com a criança, sem essa ligação, elas se sentem desconectadas do filho.  Mas a partir de certo momento é necessário que essa relação incestuosa cesse para que a criança surja como sujeito e se torne mais autônoma, sendo essa também uma decisão consciente e de amor, tomada pela mãe, para o bem do seu filho.  Quando a amamentação é coadjuvante de um vínculo bem constituído e saudável, tanto o bebê quanto a mãe são capazes de suportar as dores dessa separação, que é essencial para crescimento da criança, a cada passo que ela dá a deixando crescer, conforme cada fase da sua vida. Eventuais dificuldades demandam atenção e cuidado profissionais.

Enfermeira Soninha Silva